segunda-feira, 9 de julho de 2012
Sê feliz
sexta-feira, 9 de março de 2012
O meu mais sincero: Amo-te
Depois de mais uma má notícia chega aquele momento em que o esforço enorme que fazes para continuar com a fachada de que as coisas ainda podem voltar ao que eram, descai completamente. Leva com ele lágrimas e gritos mudos como mostra da derrota de um cérebro que deixou de fazer um esforço para tentar inventar novas desculpas e novas razões para fazer acreditar que ainda há uma alternativa que eu queira ouvir neste momento.
Perdi.
Outra vez vou ter que dizer que perdi. (Outra vez!...) Ainda que ela consiga vencer a luta que trava agora para ter a sua propria vida de volta, a medicina não aceita que eu receba de volta a minha amiga. A minha amiga que um dia me escreveu a dizer que me invejava e mesmo tempo sentia orgulho em mim, essa que eu nunca cheguei a dizer que eu sinto imenso orgulho das decições que ela tomou na vida e na mulher linda que se tornou, essa mesmo!, essa eu nunca vou ter de volta. Aquela amiga que eu partilhava muito mais do que o seu gosto para música e filmes, aquela com que partilhei anos e anos da minha vida, aquela a quem eu contei segredos e da qual eu ouvi multiplas barbaridades das quais me ria, aquela mesmo!... Essa. Essa eu sei agora, porque a medicina e as estatísticas se negam a fazer milagres, que nunca mais vou ter.
E eu só espero conseguir aprender a amar esta nova com a mesma força com que amei e amo aquela que com quem cresci.
Orgulho-me de ti amiga.
sexta-feira, 2 de março de 2012
Com o devido respeito: merda, foda-se, caralho.
Porque é que um segundo pode mudar o rumo de tudo? Uma distração pode fazer com que vejas o mundo de pantanas e um dia quente como verão te saiba a gélido? Porque é que me dizem que a única coisa que se pode fazer agora é rezar quando isso para mim só significa que as pessoas estão tão desesperadas e com a esperança tão ténua que me pedem para fazer a coisa em que eu menos acredito? Porque é que parece que amanhã vai ser diferente, que toda a gente só pode estar a mentir e a exagerar no que são apenas uns aranhões na cara? Porque é que até eu começo a achar que a única coisa que algum crente pode fazer agora é rezar? Eu cá vou esperar... esperar por receber um aviso no telemovel a dizer que a mensagem que mandei a dizer “eu gosto muito de ti” foi entregue.
quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012
Como Fernando Pessoa já sabia, é só cansaço.
Engano-me com coisas efémeras. Com o prazer adicional de ter aquilo que se quer de maneira rápida, ainda que mais rapidamente ainda se deixe de o ter. É como sentir imensa sede mas só poder beber um gole de água aqui e ali: a sede nunca fica realmente saciada (mas também não se nega a possibilidade de enganar a fome...).
E com a fome constante vem o cansaço. Cansaço de nada. Cansaço de tudo. Cansaço de não saber exactamente do que é que se está à espera para fazer e mudar alguma coisa. Cansaço que o sangue corra demasiado depressa mas nunca faça com que hormonas suficientes digam ao cérebro o que todo o corpo já sente.
Cansaço do coração ser cego e surdo, mas nunca mais ficar mudo. É só cansaço.
quinta-feira, 29 de dezembro de 2011
Bilhete de partida. Destino: 2012
Toda a gente fala que para haver uma real evolução tem que se olhar para o futuro. Que só uma corrida fatigante e desalmada em direcção a um objectivo definido no desconhecido pode criar o divertimento oportuno capaz de abrir uma grande porta no futuro.
Pois eu quero começar a correr já!
Estou farta de olhar para as portas do passado e esperar que elas se voltem a abrir. Estou farta de correr novamente para oportunidades que já vivi e já deram errado, e a única coisa que as coloca novamente na mira do meu futuro é o facto de ainda haver uma impotente e misera esperança que possam dar certo. (Tudo isto seja, talvez, pela minha vontade de provar a mim mesma que não perdi tempo naquelas tentativas passadas…).
Verdade seja dita que eu não costumo remoer nos erros dos outros, mas nos meus… - como diria a minha avó, ‘Deus nos livre’ (e se cada vez que ela repetisse isso desse resultado esperado já não haveria catástrofes naturais nem falta de dinheiro para ninguém…). Tenho uma tendência quase doentia de meter os meus erros como uma imaculada colecção no meu museu. Isto para que saiba sempre todos os passos mal dados em que apostei e repense constante e incessantemente em razões que justificassem tão infantil escolha. (Há quem lhe chame masoquismo, disseram-me um dia).
Estou pronta agora para declarar que me senti obrigada a repensar na minha maneira de viver as coisas passadas assim que notei que uma das portas que eu mais esperava que voltasse a abrir fechou completamente. Declaro também que nunca esteve realmente aberta. Esteve sempre meio aberta meio fechada. Na realidade aquela porta estava sempre meio aberta para que se visse o que estava lá dentro e se desejasse que não estivesse sempre meio fechada o suficiente para que nenhum corpo pudesse entrar (pelo menos o meu, mas normalmente existem mais portas para se ter acesso ao mesmo).
Algumas portas do passado voltaram a abrir.
Algumas portas eu já voltei a fechar.
E agora chega o momento em que deixo de ter medo de abrir novas portas que nunca conheci. O momento em que deixo de ter medo do modernismo que é atirar-me de cabeça para colorido desconhecido do futuro deixando para trás o poeirento passado que conheço tão bem que esqueço que é escuro e que as cores que vejo são as que eu sei que outrora elas foram, são parte da minha memória visual tão revisitada.
Pena é que, para apostar assim, eu tenha que me desligar de memórias, de papeis rabiscados ao som de uma canção, de noites de chuva, de sorrisos, de sonhos, de lágrimas que um dia caíram no mesmo sentido ainda que em localizações geográficas diametralmente opostas, de mim de franja e cabelo liso, de mim. Ou do que eu achava que eu era.
segunda-feira, 19 de dezembro de 2011
Chamo-lhe Segredo
Fica aqui um segredo (e chamo lhe segredo porque não me parece que alguma vez diga a quem diz respeito): as coisas não são quase nunca como se dizem, ou porque se dizem com a certeza que são verdade e depois as circunstâncias mudam, ou porque se dizem sabendo que não são verdade mas que será melhor ouvi-las assim. Mas sentem-se sempre da mesma maneira. Porque custa sempre dizer uma dessas “verdades” quando está por trás outra questão que te leva a querer evitar dizer mais verdades do que aqueles que queres que oiçam.
sexta-feira, 9 de setembro de 2011
Excremento
Há dias em que parece que a única coisa que te apetece é deitar tudo cá para fora, falar, dizer mal, chorar, arrotar emoções, vomitar ódios e escarrar maus-amores. Todo o excremento acumulado por vivências e sentimentos passados é insensatamente empurrado para aquele grito.
Esquecemos que de nada isso serve; apercebemo-nos que nada nos vale gritar quando nem o coração ouve nem o cérebro pára de pensar.
Somos seres mesmo estranhos, nós, humanos.