O que mais custa aprender é que a vida não é eterna, as lições são finitas e o tempo é escasso. E passamos a vida toda a tentar aprender a lidar o melhor possível com estes factos, quando sabemos que é impossível tirar nota máxima neste teste.
Não Desapareceste
És prova de que um simples passo pode decidir o futuro de muita gente. Algo aparentemente inocente pode desfazer a vida de muitas pessoas. Um gesto pode mudar o rumo de meio mundo (ou de mundo e meio, quando a globalização chegar a tanto). Um salto pode ser o salto da tua vida ou pode ser um salto para o abismo escuro e espinhoso.
No entanto, também és prova que não existe vida eterna, mas que, apesar de tudo, a memória pode perdurar até a eternidade se finar. E é só quando a eternidade se finar que o brilho do teu sorriso vai morrer com ela. Só quando ela se retirar é que os teus passos vão parar de ecoar. Só quando já não houver eternidade é que a serenidade dos teus olhos se vai tornar demasiado calma até estagnar mortificada. E vai ser só quando eu caminhar invariavelmente para o único sítio de onde nunca vou conseguir sair, é que os teus caracóis vão parar de se enrolar nos meus dedos para voltarem, tímidos, a enrolar para perto da tua nuca.
Infelizmente abusas da palavra ‘saudade’. Não me lembro de outra vez onde esta palavra me fizesse tanta companhia e emoldurasse tanto os meus passos, cercando-os e apertando-os, como agora. É ela que me espreme até saírem lágrimas e mais lágrimas; começam tão quentes que queimam a minha cara e a secam de tão salgadas que são, até passarem a ser tão sem sabor e gélidas que marcam quase tanto como as memórias de tenho de ti.
Confesso agora que te enganei quando te dizia, na brincadeira, que ‘não és assim tão grande’. És muito grande! És assim tão grande principalmente porque nunca te chegaste a aperceber do teu real tamanho. E acredita que quem ficou a dever alguma coisa não foste tu, foram os outros. O que ficou por pagar foram migalhas. No entanto, o que deixaste foram, para além de toneladas de saudade, barras de ouro a quem as soube aproveitar. (Eu teria pago bem mais por ti!...)
Serás, para sempre, braço da minha balança invertida. Serás, para sempre, família que escolhi. Serás, para sempre, parte da minha vida. Terás, para sempre, não só um espaço no meu coração mas em todo e qualquer órgão do meu pequeno corpo (conquistaste-os a todos sendo apenas tu próprio). Carregar-te-ei para onde quer que vá. Vais estar sempre comigo, até porque esse é o teu lugar desde que te tornaste na pessoa especial que és para mim.
Relembro, mais uma vez, quanto te ouvia dizer ‘adoro-te priminha’…
- Adoro-te priminho!
(Para Sempre!)
Inez – Priminha de Ruben
15. Novembro. 2009
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