quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

Como Fernando Pessoa já sabia, é só cansaço.

Engano-me com coisas efémeras. Com o prazer adicional de ter aquilo que se quer de maneira rápida, ainda que mais rapidamente ainda se deixe de o ter. É como sentir imensa sede mas só poder beber um gole de água aqui e ali: a sede nunca fica realmente saciada (mas também não se nega a possibilidade de enganar a fome...).

E com a fome constante vem o cansaço. Cansaço de nada. Cansaço de tudo. Cansaço de não saber exactamente do que é que se está à espera para fazer e mudar alguma coisa. Cansaço que o sangue corra demasiado depressa mas nunca faça com que hormonas suficientes digam ao cérebro o que todo o corpo já sente.

Cansaço do coração ser cego e surdo, mas nunca mais ficar mudo. É só cansaço.