A parte boa da mentira é reinventar a verdade. Mas a melhor parte da mentira é não ser verdade. Porque se soubesses o quanto dói uma verdade contar-me-ias, baixinho e ao meu ouvido, milhares de mentiras. E eu recordaria cada ‘adoro-te’, ‘quero-te comigo’ e ‘nunca vou deixar que nada de mal de aconteça’ como verdade. Sim, porque a mentira é uma boa verdade quando, com muita força de vontade e imaginação, a queremos como tal (e eu quero!).
Se não me queres mentir, afasta-te. As tuas verdades são demasiado duras; as tuas verdades são demasiado negras para cobrir o dia alegre que eu me esforcei por pintar com as cores mais bonitas e falsas que encontrei.
Mente. Mente e faz da mentira a tua própria verdade para que ela possa recriar os teus dias e afastar os teus medos.
(Afinal de contas, não foi para isso que criaram a religião?)
